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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Sistema Colonial: Mineração - Questões de Vestibulares

1. (Pucpr 2016) Discutiu-se muito, no segundo semestre de 2015, no Brasil, a problemática do aumento dos impostos devido ao deficit de 30 milhões nas contas públicas. Nesse debate é possível visualizar recorrências a episódios da história política brasileira, conforme observamos na charge a seguir:
 
A charge faz menção:
a) à Conjuração Baiana, evento que também ficou conhecido como Rebelião dos Alfaiates, na qual os revoltosos, além de questionarem os altos impostos, buscaram fundar um governo monárquico no Brasil independente de Portugal.   
b) à marca do pensamento católico no contexto do Brasil Colonial, que deu base ideológica para criminalizar e punir os políticos corruptos.   
c) à Revolução Pernambucana, que eclodiu devido ao aumento de impostos que foi decretado com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808. Esse movimento também foi marcado pela luta pelo fim da escravidão.   
d) à Conjuração Mineira, revolta que ocorreu em Minas Gerais devido à derrama declarada pela Coroa Portuguesa e aos preços abusivos que eram cobrados pelas mercadorias importadas.   
e) à restrição da liberdade de imprensa, no contexto do século XIX, que dificultou a emergência de movimentos contrários à excessiva cobrança de impostos pela Coroa Portuguesa.   
  
2. (F. P. Príncipe 2016) Leia o trecho da entrevista feita por Fernanda da Escóssia, jornalista da BBC Brasil, ao diplomata Alberto Costa e Silva sobre seus estudos sobre a História da África e considere as afirmações a seguir:

[...] Era como se o negro surgisse no Brasil, como se fosse carente de história. Nenhum povo é carente de história. E a história da África é uma história extremamente rica e que teve grande importância na história do Brasil, da mesma maneira que a história europeia.
De maneira geral, quando se estuda a história do Brasil, o negro aparece como mão de obra cativa, com certas exceções de grandes figuras, mulatos ou negros que pontuam a nossa história. O negro não aparece como o que ele realmente foi, um criador, um povoador do Brasil, um introdutor de técnicas importantes de produção agrícola e de mineração do ouro. [...]
[...] Os primeiros fornos de mineração de ferro em Minas Gerais eram africanos. Fizemos uma história de escravidão que foi violentíssima, atroz, das mais violentas das Américas, uma grande ignomínia e motivo de remorso. Começamos agora a ter a noção do que devemos ao escravo como criador e civilizador do Brasil.

Quando o ouro é descoberto em Minas Gerais, o governador de Minas escreve uma carta pedindo que mandassem negros da Costa da Mina, na África, porque "esses negros têm muita sorte, descobrem ouro com facilidade". Os negros da Costa da Mina não tinham propriamente sorte: eles sabiam, tinham a tradição milenar de exploração de ouro, tanto do ouro de bateia dos rios quanto da escavação de minas e corredores subterrâneos. Boa parte da ourivesaria brasileira tem raízes africanas [...].
 Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2015.

I. No trecho apresentado da entrevista é possível destacar a necessidade de um aprofundamento da história africana para uma melhor compreensão da história brasileira.
II. Para Alberto Costa e Silva, de um modo geral, a história brasileira não tem considerado os africanos como introdutores de técnicas de produção agrícola e de exploração de ouro.
III. O diplomata Alberto Costa e Silva não apresenta nenhum exemplo de documento histórico para firmar o ponto de vista que defende na entrevista.
IV. Segundo os estudos de Alberto Costa e Silva, é possível vincular as técnicas de extração de ouro em Minas Gerais no período colonial às técnicas usadas na exploração desse mesmo minério na Costa da Mina africana.

São CORRETAS apenas as afirmações:
a) I, II e IV.   
b) I.   
c) II e IV.   
d) II e III.   
e) I, II, III e IV.   
  
3. (Uece 2015) A descoberta do ouro no interior de Minas deslocou parte da população colonial do litoral para o interior. A região das minas foi ocupada por centenas de novos habitantes que careciam de tudo: alimentos, roupas, gado, cavalos, produtos europeus e muitos escravos para trabalhar nas minas. Atente para o que se diz acerca dessa que ficou conhecida como a “sociedade do ouro”.

I. A base da sociedade mineira eram os africanos escravizados, que constituíam boa parcela dessa sociedade. E, embora não representasse a maioria da população, seu trabalho era fundamental.
II. A atividade mineradora também deu origem a uma camada da sociedade que era extremamente pobre e que tinha sido atraída pela ilusão do ouro; era formada por escravos libertos e brancos pobres.
III. Havia uma camada média, composta principalmente de brancos, que incluía pequenos comerciantes, tropeiros e pequenos produtores de gêneros agrícolas.

Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.   
b) I e II apenas.   
c) II e III apenas.   
d) I e III apenas.   

4. (Fgv 2014) O trabalho escravo nas minas tinha singularidade, era uma realidade bem distinta das áreas agrícolas. O complexo meio social lhe permitia maior iniciativa e mobilidade.
(Neusa Fernandes, A Inquisição em Minas Gerais no século XVIII. p. 66)

Acerca da singularidade citada, é correto afirmar que
a) o Regimento das Minas, publicado em 1702, determinava que depois de sete anos de cativeiro, os escravos da mineração seriam automaticamente alforriados. 
b) a presença de escravos nas regiões mineiras foi pequena, pois a especialização da exploração do ouro exigia um número reduzido de trabalhadores. 
c) a dinâmica da economia mineira, no decorrer do século XVIII, comportou o aumento do número das alforrias pagas, gratuitas ou condicionais. 
d) a exploração aurífera nas Minas Gerais organizava-se por meio de grandes empresas, o que impediu a formação de quilombos na região. 
e) a preponderância do trabalho livre na mineração do século XVIII permitiu melhores condições de vida para os escravos indígenas e africanos. 

5. (Unesp 2014) A efervescência que conheceram nas Minas [Gerais, do século XVIII] as artes e as letras também teve feição peculiar. Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução própria para a expressão artística.
(Laura Vergueiro. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983.)

São exemplos do que o texto afirma:
a) a pintura e a escultura renascentistas. 
b) a poesia e a pintura românticas. 
c) a arquitetura barroca e a poesia árcade. 
d) a literatura de viagem e a arquitetura gótica. 
e) a música romântica e o teatro barroco. 

6. (Fatec) Podemos dizer que a economia mineradora do século XVIII, no Brasil,
a) era escravocrata, rigidamente estratificada do ponto de vista social e tinha em seu topo uma classe proprietária bastante dependente do capital holandês.
b) baseava-se na grande propriedade e na produção para exportação; estimulou o aparecimento das primeiras estradas de ferro e gerou a acumulação de capital posteriormente aplicado em indústrias.
c) era voltada principalmente para as necessidades do mercado interno; utilizava o trabalho escravo e o livre; difundiu a pequena propriedade fundiária nas regiões interioranas do Brasil.
d) estimulou o aparecimento de cidades e da classe média; estruturava-se na base do trabalho livre do colono imigrante e da pequena propriedade.
e) era rigidamente controlada pelo estado; empregava o trabalho escravo mas permitia também o aparecimento de pequenos proprietários e trabalhadores independentes; acabou favorecendo, indiretamente, a acumulação capitalista que deu origem à Revolução Industrial inglesa.

7. (Fuvest) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que
a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração.
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil, e foi fator de diferenciação da sociedade.

8. (Mackenzie) A riqueza produzida pela mineração trouxe poucos benefícios de caráter permanente à economia luso-brasileira, porque:
a) a rígida estrutura escravista da zona do ouro não permitiu alforrias e mobilidade social.
b) o mercado interno não se desenvolveu mantendo-se a situação de ilhas econômicas.
c) o contrabando e a voracidade do fisco português não podem ser considerados fatores que colaboraram para este resultado.
d) a região não atraiu mão-de-obra da metrópole, ocorrendo um povoamento disperso e pouca vida urbana.
e) a dependência econômica de Portugal, em relação à Inglaterra configurada no Tratado de Methuen, transferiu para este país grande parte do ouro explorado.

9. (Pucsp) "Assim confabulam, os profetas, numa reunião fantástica, batida pelos ares de Minas. Onde mais poderíamos conceber reunião igual, senão em terra mineira, que é o paradoxo mesmo, tão mística que transforma em alfaias e púlpitos e genuflexórios a febre grosseira do diamante, do ouro e das pedras de cor?"
(Andrade, C. Drummond de,COLÓQUIO DAS ESTÁTUAS. In: Mello, S., BARROCO MINEIRO, S. Paulo, Brasiliense, 1985.)

A origem desse traço contraditório que o poeta afirma caracterizar a sociedade mineira remete a um contexto no qual houve
a) a reafirmação bilateral do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha e o crescimento da miscigenação racial no ambiente colonial.
b) o relaxamento na política de distribuição de terras na colônia e a vigência de uma concepção racionalista de planejamento das cidades.
c) a diversificação das atividades produtivas na colônia e a construção de um conjunto artístico e arquitetônico que singularizou a principal região de mineração.
d) o deslocamento do eixo produtivo do nordeste para as regiões centrais da colônia e o desenvolvimento de uma estética que procurava reproduzir as construções românicas europeias.
e) a expansão do território colonial brasileiro e a introdução, em Minas, da arte conhecida como gótica, especialmente na decoração dos interiores das igrejas.

10. (Uece) A corrida do ouro em Minas Gerais no final do século XVII trouxe uma riqueza muito grande para a Coroa portuguesa mas também exigiu muitos esforços no sentido de fiscalizar a produção e punir o contrabando. Assinale a expressão correta a respeito das medidas fiscais empreendidas por Portugal na área das minas:
a) apesar dos protestos dos fidalgos encarregados da arrecadação, a Coroa portuguesa evitava pressionar os produtores através das derramas, limitando-se a aumentar os impostos.
b) sem conseguir se impor aos proprietários das minas, a administração colonial passou a permitir a livre comercialização do ouro, arrecadando impostos nos portos e nas estradas.
c) a administração colonial instalou as casas de fundição para regulamentar a produção do ouro e arrecadar mais impostos, obtendo total apoio dos proprietários das minas.
d) ao aumentar a carga fiscal e as casas de fundição, a Coroa logrou aumentar a arrecadação de impostos, mas provocou a revolta dos proprietários das minas.

11. (Unesp) As contradições, amplas e profundas, do processo histórico das Minas Gerais, acabaram gerando relações que podem ser entendidas através dos antagonismos: colonizador/colonizado; dominador/dominado; confidente/inconfidente; opressão fiscal/reação libertadora. Nesse contexto, a Coroa Portuguesa, em seu próprio benefício, desenvolveu uma ação "educativa" compreendendo:
a) o estabelecimento de condições adequadas ao controle democrático da máquina administrativa.
b) a realização de programas intensivos de prevenção dos súditos contra os abusos das autoridades.
c) o indulto por dívida fiscal e o estímulo à traição e à delação entre os súditos.
d) o arquivamento do inquérito e queima dos autos contra os inconfidentes.
e) a promulgação de um novo regime fiscal que acabava com a prática da sonegação.

12. (Unesp) "E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moedas para os reinos estranhos e a menor é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil, salvo o que se gasta em cordões, arrecadas e outros brincos, dos quais se veem hoje carregadas as mulatas de mau viver e as negras, muito mais que as senhoras". 
(André João Antonil. "Cultura e opulência do Brasil", 1711.)

No trecho transcrito, o autor denuncia:
a) a corrupção dos proprietários de lavras no desvio de ouro em seu próprio benefício e na compra de escravos.
b) a transferência do ouro brasileiro para outros países em decorrência de acordos comerciais internacionais de Portugal.
c) o prejuízo para o desenvolvimento interno da colônia e da metrópole gerado pelo contrabando de ouro brasileiro.
d) o controle do ouro por funcionários reais preocupados em esbanjar dinheiro e dominar o poder local.
e) a ausência de controle fiscal português no Brasil e o desvio de ouro para o exterior pelos escravos e mineradores ingleses.

13. (Unirio) O desenvolvimento da economia mineradora no século XVII teve diferentes repercussões sobre a vida colonial, conforme se apresenta caracterizado numa das opções a seguir. Assinale-a.
a) Incremento do comércio interno e das atividades voltadas para o abastecimento na região centro-sul.
b) Movimento de interiorização conhecido como bandeirismo, responsável pelo fornecimento de mão-de-obra indígena para as minas.
c) Descentralização da administração colonial para facilitar o controle da produção.
d) Sufocamento dos movimentos de rebelião, graças à riqueza material gerada pelo ouro e pela prata.
e) Retorno em massa, para a metrópole, dos colonos enriquecidos pela nova atividade.

14. (Fuvest) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar:
a) a urbanização da Amazônia, o início da produção do tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes.
b) a introdução do tráfico africano, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra.
c) a industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba, a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais.
d) a preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários europeus.
e) o aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o Sul.

15. (Fuvest) Foram características dominantes da colonização portuguesa na América:
a) pequenas unidades de produção diversificada, comércio livre e trabalho compulsório.
b) grandes unidades produtivas de exportação, monopólio do comércio e escravidão.
c) pacto colonial, exploração de minérios e trabalho livre.
d) latifúndio, produção monocultora e trabalho assalariado de indígenas.
e) exportação de matérias-primas, minifúndio e servidão.

16. (Ufsm 2011) 

As duas figuras simbolizam dois processos econômicos que se consolidaram e se expandiram no século XVIII, provocando amplas e irreversíveis modificações nos respectivos ecossistemas. 
As relações históricas entre os dois processos podem ser consideradas 
a) meramente cronológicas, pois ambos se desenvolveram nos inícios do século XVIII, época em que se expandia, tanto na Europa quanto nas Américas colonizadas pelos europeus, a utilização do trabalho escravo dos negros africanos devidamente controlados e administrados pelos seus proprietários, os membros da elite branca. 
b) muito tênues, na medida em que apenas representam dois exemplos isolados de destruição predatória dos ambientes naturais, seja para extrair riquezas minerais em zonas rurais despovoadas, seja para promover a urbanização das cidades industriais afetadas pela poluição, prevenindo os efeitos danosos dessa poluição na vida e na saúde da crescente população. 
c) significativas, pois, desde a assinatura do tratado de Methuen (1703), o Estado português ficou subordinado aos interesses da Inglaterra: como as importações dos 'panos' tecidos pelas manufaturas inglesas custavam mais caro para Portugal do que as receitas com as exportações de 'vinhos' para o mercado inglês, o ouro extraído das regiões mineiras da América colonial lusitana foi amplamente transferido para o mercado inglês, aí contribuindo para sedimentar as precondições para o desenvolvimento da Revolução Industrial. 
d) de reciprocidade, pois o processo de urbanização das cidades industriais inglesas inspirou o planejamento urbano das povoações coloniais americanas que se expandiram para o interior, permitindo antecipar e corrigir problemas como: ocupação intensa e acelerada, traçado das ruas e das praças, integração do setor rural com o urbano, articulação com as demais vilas e cidades e com os portos de escoamento da produção mineira. 
e) de modernização, pois os novos produtos da moderna tecnologia industrial inglesa puderam ser importados pelos proprietários das minas e dos escravos, permitindo incrementar a produção colonial, diminuir os custos e obter maiores lucros, dinamizando a economia e a sociedade da mineração e encaminhando o Estado português para a emancipação da hegemonia da Inglaterra. 

17. (Ufrgs 2007) Observe o gráfico a seguir, relativo à produção aurífera no Brasil do século XVIII. 
Com base nos dados do gráfico, considere as seguintes afirmações. 
I - O auge da produção de ouro em Minas Gerais foi atingido ainda na primeira metade do século XVIII, mas, na segunda metade do século, a extração aurífera na capitania entrou em declínio acentuado. 
II - A produção aurífera conjunta de Goiás e de Mato Grosso suplantou durante alguns períodos a produção de ouro da capitania de Minas Gerais. 
III - A produção aurífera de Goiás atingiu seu ápice ao mesmo tempo em que ocorria a queda nos rendimentos do ouro produzido na região de Minas Gerais. 
Quais estão corretas? 
(   ) Apenas I. 
(   ) Apenas I e II. 
(   ) Apenas I e III. 
(   ) Apenas II e III. 
(   ) I, II e III.

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