Mikhail Gorbatchev |
No modelo soviético, o Estado era o agente centralizador da economia, o que permitia o acesso de toda população à produção acessível. Por outro lado, a estrutura de poder centralizado ocasionou controle excessivo, corrupção e falta de motivação, o que encareceu o custo da produção.
Além disso, a burocracia, a estrutura do partido político único com privilégios para os altos dirigentes e a falta de liberdade dos cidadãos contribuíam para dificultar o desenvolvimento. Por isso, ao assumir o poder, em 1985, Mikhail Gorbatchev (1931- ) propôs reformas que obtiveram apoio de quadros econômicos, mas encontrou resistência no comando do partido/Estado.
Durante seu governo (1985-1991), Gorbatchev procurou transformar o socialismo soviético por meio de reformas de reestruturação econômica, como a Perestroika (Reestruturação), e de abertura política, como a Glasnost (Transparência).
O programa da Glasnost destinava-se a reintrodução de um Estado constitucional e democrático, com base nas leis, nas liberdades civis. Para isto, deveria haver a separação entre o Partido Comunista Soviético (PCUS) e o Estado, o que implicava no fim do unipartidarismo, devolvendo o poder aos sovietes.
O novo sistema econômico da Perestroika legalizava pequenas empresas privadas (cooperativas), retirava os subsídios das empresas estatais e favorecia a entrada de empresas estrangeiras, abrindo o mercado soviético para a economia capitalista.
Você pode supor quais foram às conseqüências das reformas para os soviéticos?
As reformas adotadas por Gorbachev levaram a URSS a uma grande crise. O fim aos subsídios às empresas estatais e a entrada de produtos estrangeiros provocaram o desemprego de milhares de pessoas, a alta dos preços e do custo de vida.
No interior do Partido Comunista da URSS, havia muitas divergências com grupos almejando o retorno das práticas da economia planifcada e grupos ultra-reformistas, liderados por Boris Yeltsin (1931-2007), que exigiam reformas mais profundas.
A política de aproximação com as economias ocidentais praticamente determinava o fim da Guerra Fria, trazendo desdobramentos no contexto regional, como a derrubada pacífica ou violenta de ditaduras na Europa Oriental. As repúblicas socialistas do Leste Europeu e da Europa Oriental foram abandonando os regimes comunistas, como, por exemplo: a Polônia (1990), Tchecoslováquia (1989), Hungria (1989), Romênia (1989), Bulgária (1990). Em 1989, um símbolo do fim da Guerra Fria, o Muro de Berlim, foi destruído por civis e sem a interferência dos militares (como mostra a imagem do documento 6). Logo após, a República Democrática da Alemanha (Alemanha Oriental) foi reintegrada à República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), formando um só país em 1990.
Em 1988, iniciaram-se as primeiras frentes nacionalistas dentro da URSS, objetivando mais autonomia e até a separação. As primeiras a conseguirem tal intento foram as da região báltica Estônia, Letônia, Lituânia. A partir de 1989 e 1990, o nacionalismo ganhou espaço, pois os membros do Partido Comunista Soviético (PCUS) estavam divididos entre aqueles que almejavam conservar o regime soviético como estava e outros ávidos por reformas radicais, liderados por Boris Yeltsin.
Em 21 de agosto de 1991, os líderes conservadores do PCUS e as Forças armadas deram um golpe de Estado, prenderam Gorbachev e assumiram o poder. O então recém eleito presidente da Federação Russa, Boris Yeltsin, liderou a oposição ao golpe. Milhares de cidadãos russos saíram às ruas para pedir a volta de Gorbatchev, pondo fm a tentativa dos golpistas de manter a URSS como era.
Após este episódio, paulatinamente, o líder da URSS perdia poder ao mesmo tempo em que Yeltsin tinha sua posição reforçada. Assim, em 1991, o PCUS foi dissolvido e, em dezembro deste mesmo ano, Gorbatchev renunciou e declarou a extinção da União Soviética.
Os anos de 1992 e 1993 marcaram a difícil travessia, na ex-URSS, para a economia de mercado (capitalista), no qual formou-se um grupo de novos ricos de um lado, e, do outro, empobreceu substancialmente a maior parte da população.
Fonte: História / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – p.400
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Em breve, resposta.