São descendentes do antigo
império medopersa que habitaram a região do Planalto do Irã, estabelecendo
contatos com os gregos, com quem se confrontaram nas Guerras Médicas. Atualmente
são mais de 20 milhões de habitantes que vivem divididos entre a Turquia,
Síria, Iraque e Irã. Vale lembrar que esse número é apenas de estimativas, pois
determinar o número exato é impossível. Os governos de seus respectivos
países tendem a diminuí-lo, enquanto que seus movimentos nacionalistas o
exageram.
Sua pátria, que eles chamam de
Curdistão, não tem limites oficiais, mas se estende desde as montanhas Zagros
no Irã até a parte do Iraque, Síria e Turquia Oriental. Uma região
montanhosa de 500.000 km2 onde se encontram 100% do petróleo turco e sírio, e
74% dos curdos do Iraque (Kirkuk-Mosul) e a metade do iraniano (região de
Kermanach). Ao norte se encontra o Monte Ararat (onde desceu a arca de Noé), e
os rios Tigre e Eufrates banham a região.
A diferença entre árabes e curdos
está no fato de que estes ainda não estruturaram a sua língua e a sua escrita;
os mais alfabetizados escrevem em árabe. O curdo é um idioma indoirani
relacionado com o persa. Tem um grande número de dialetos. Em alguns
casos é possível o entendimento restrito entre um dialeto e outro, porém
na maioria dos casos não o é. Assim, provavelmente o obstáculo mais grave para
a comunicação entre os curdos com outras nações resida no fato de que o
analfabetismo é muito grande.
Hoje a maioria da população é
composta de agricultores, que vivem em pequenos povoados, que se destacam por
sua estrutura competitiva de clãs e por sua desordem: em algumas ocasiões
ganharam a reputação de serem brutos. Independente disto são hospitaleiros. Suas
mulheres realizam tarefas domésticas, e durante a colheita também trabalham no
campo. Em suas festas as esposas tem lugar ao lado de seus maridos, e é
permitido que falem.
Como é uma nação sem estado,
massacrados pelos turcos, árabes e persas, esquecidos pela ONU, desde o início
do século passado, quando se desenvolveu seu nacionalismo, o povo curdo mantém
uma guerra de guerrilhas contra as potências ocupantes de seu território. O
tratado de Sôvres, firmado em 1920, havia prometido a eles o direito a sua
independência depois da queda do império otomano. Contudo, o tratado não foi
cumprido, devido, principalmente, aos interesses econômicos dos países que os
oprimem.
Não é a primeira vez que as
esperanças curdas por obter uma nação própria terminaram em desastre. Seus
guerrilheiros chamam a si mesmo "peshmerga" (os que enfrentam a
morte), e através dos anos têm sido frustrados seus intentos por aspirar uma
nação própria, em terras com governantes que os depreciam.
Antes de ser preso e deposto
pelos EUA, Saddam Hussein tentou por longo tempo eliminá-los. Quando as forças
aliadas na guerra do Golfo expulsaram o exército iraquiano do Kuwait, centenas
de milhares de curdos sem lar se dirigiram ao norte para reclamar suas antigas
terras, somente para serem atacados por Saddam e forçados a fugir novamente.
Tanta resistência tem dado
resultados. Devido aos problemas no Iraque, onde os curdos organizam grupos
separatistas para atacar a Turquia, tem
levado o Primeiro Ministro turco a utilizar a palavra curdos, já que até pouco
tempo a existência deste grupo humano não era aceita, e eram chamados de turcos
das montanhas. Agora, uma nova legislação foi proposta e trarão liberdade
limitada para a língua curda permitindo fitas e vídeos em sua língua, mas não
livros.
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