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terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Revolução Cubana

Cuba, desde sua independência, foi um dos países americanos que mais agia em favor das políticas dos EUA. Em sua constituição figurava uma emenda chamada Emenda Platt, a qual garantia basicamente aos EUA o direito de intervir diretamente na política cubana caso seus interesses fossem ameaçados. 

Na década de 50, governada por Fulgêncio Batista, Cuba era um país pobre e com diversos problemas, como a maioria de seus vizinhos. Em 1953, um grupo comandado por Fidel Castro tentou ocupar um quartel militar para, a partir daí, depor Batista. Foram derrotados, entretanto, e Castro acabou exilado no México. 

Castro não desistiu. No México, organizou um grupo com cerca de oitenta homens para invadir Cuba e remover Batista do governo. Em 1956 desembarcaram em Cuba, mas o governo sabia de sua vinda. Sob fogo, fugiram para as montanhas de Sierra Maestra, sobrando apenas cerca de vinte dos oitenta originais. Com o apoio dos camponeses da região, Castro transformou um grupo de vinte em uma grande luta que tomava lugar nas ruas de Havana. Batista dava sinais de fraqueza, e necessitava da ajuda americana para repelir os golpistas. Os EUA, entretanto, optaram por não fazê-lo. Não apoiaram Batista por acharem que Castro no poder seria de interesse deles. Afinal, os camponeses o apoiavam, ele seria capaz de administrar o país de forma mais harmoniosa. Deve-se ressaltar aqui que, até este momento, Castro nunca havia se dito comunista, nem se filiado a qualquer partido de esquerda. 

Castro venceu, e os EUA viraram o rosto. Logo após de alcançar o poder em Cuba, entretanto, Castro se aliou aos comunistas e tratou de implantar o socialismo em Cuba, para a surpresa dos americanos. Para os soviéticos tal desenvolvimento foi excelente, pois agora não havia comunismo apenas na Europa central e na Ásia, mas também na América. De Cuba, a tarefa de espalhar o comunismo para a América parecia muito mais factível. 

A invasão da Baía dos Porcos e a Crise dos Mísseis
Em 1961, o governo americano tomou iniciativa, e organizou uma expedição de cubanos exilados nos EUA para tentar tomar, ou ao menos desestabilizar, o regime de Castro. A invasão deveria ocorrer no local chamado Baía dos Porcos. Esta expedição foi, entretanto, derrotada, e ficou claro para Cuba e URSS que havia sido um ataque orquestrado pelos americanos. 

Os soviéticos não queriam que Castro deixasse o governo de Cuba de forma alguma. Era um ponto estratégico valiosíssimo, um bastião do socialismo a algumas centenas de metros dos EUA. A URSS, neste ano, passou a instalar em Cuba equipamento para lançamento de mísseis, de modo a poder ameaçar os EUA em seu próprio quintal. Quando confrontados pelos EUA, a URSS afirmava que não havia mísseis em Cuba que pudessem atacar alvos terrestres, os mísseis terra-terra, apenas mísseis para atingir alvos aéreos, mísseis Terra-ar. A não ser que os EUA possuíssem cidades voadoras, os mísseis cubanos não poderiam ser usados de outra maneira que não defensiva, afirmava Krushchev. Aviões americanos, entretanto, conseguiram fotografar a base em Cuba e foi descoberto que, na verdade, eram mísseis terra-terra e que os soviéticos estavam mentindo. Foi talvez o momento mais tenso de toda guerra fria, com os EUA ameaçando atacar a URSS imediatamente se os mísseis não fossem removidos. Depois de pouco mais de uma semana de negociações, a URSS retirou os mísseis de Cuba. 

O desfecho da crise gerou outros efeitos notáveis, dentre os quais se destaca o afastamento de Krushchev da liderança soviética. Se até este momento os embates entre EUA e URSS haviam sido travados de forma indireta, as discussões e ameaças entre as duas superpotências acerca da questão cubana foram a primeira grande queda-de-braço diretamente travada entre as duas. Nesta competição, a URSS foi claramente derrotada, e forçada a recuar diante da ameaça de força norte-americana. Sendo Krushchev o único líder da história da URSS a sair de seu cargo em vida (com exceção de Gorbachev, que apenas deixou de ser o líder supremo soviético em vida porque a própria URSS terminou), argumenta-se que politicamente o governante perdeu apoio político após tal derrota – apesar de sua saída ter sido justificada, na época, por problemas de saúde do líder soviético. Se a política de desestalinização de Krushchev já incomodava muitos  políticos soviéticos, tal evento se provou um excelente pretexto destes descontentes para removê-lo da posição de autoridade e liderança. 

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