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segunda-feira, 20 de abril de 2009

As Grandes Navegações



Foi o nome dado às viagens que os europeus fizeram entre aproximadamente 1400 e 1600. Essas viagens foram, antes de mais nada, uma grande aventura. Isto mesmo, uma aventura, pois os europeus desconheciam os oceanos que desejavam atravessar, e suas embarcações eram inadequadas à navegação de longa distância.
Um dos mapas mais usados pelos primeiros navegadores europeus no século XV foi feito por Ptolomeu, geógrafo e astrônomo que viveu na Alexandria no século II d.C. Observe a Europa, o norte da África e a Ásia ocidental. A parte oriental da Ásia, desconhecida da maioria dos europeus, é chamada de Índia. Ao sul do oceano Índico está a terra incógnita.

Perigos reais e imaginários
Para navegar em alto mar, os europeus do século XV tiveram de enfrentar muitos perigos, reais e imaginários. Os perigos imaginários eram muitos. 
·         Acreditavam que a terra era quadrada
·         Outros julgavam que ela era achatada como uma pizza
·         Falava-se que na altura da linha do Equador as águas ferviam, incendiando os navios. 

As riquezas vinham do Oriente
Como vimos anteriormente, eram os mercadores de Gênova e Veneza, cidades do norte da Itália, que controlavam o rico comercio com o Oriente. Este comércio girava em torno dos artigos de luxo (seda da China, tapeçaria da Persia) e das famosas especiarias (pimenta-do-reino, cravo, canela, mostarda gengibre, noz- moscada). 
As especiarias eram muito cobiçadas pelos europeus. Como na época não havia geladeira, eles usavam as especiarias para conservar a carne e tornar seu sabor agradável. Elas também serviam como condimento para muitos outros alimentos e, além disso, eram usadas no preparo de remédios. 
Tanto as especiarias quanto os artigos de luxo eram trazidos do Oriente em caravanas de camelos, guiados pelos árabes, até os portos de Constantinopla, Trípoli, Alexandria, Túnis e Celta. 
Com o Mediterrâneo controlado pelos italianos, só restava uma alternativa para outros povos europeus que quisessem participar do comércio de especiarias: evitar o Mediterrâneo e buscar um novo caminho para o Oriente navegando pelo Atlântico.

Portugal: o primeiro nas Grandes Navegações 
No início do século XV, Portugal estava em condições de liderar a expansão marítima e comercial européia: possuía um rei e uma burguesia dispostos a investir no negócio das especiarias e artigos de luxo do oriente. 
Para vencer os perigos marítimos, os portugueses desenvolveram técnicas e conhecimentos novos, como o aperfeiçoamento de mapas, o uso da bússola e do astrolábio e a criação da caravela. A bússola foi inventada pelos chineses e levada para a Europa pelos árabes.
A caravela de descobrir – A palavra caravela é o diminutivo de “cáravo”, nome de uma embarcação árabe movida pela força do vento. A caravela é uma invenção genuinamente portuguesa.
 Navegando com os portugueses
 Os portugueses acreditavam que contornando a África seria possível chegar ao oriente. Mas, no começo do século XV, pouco se sabia sobre este caminho. Por isso os portugueses foram avançando pelo Atlântico aos poucos. Cada piloto que voltava de uma viagem pela costa africana trazia um roteiro de viagem a partir do qual os estudiosos iam aperfeiçoando seus mapas.
 Em 1415 os portugueses tomaram o porto de Ceuta, para impedir o comércio entre árabes e italianos. Mas nada adiantou, os árabes desviaram suas caravanas para outros pontos do litoral africano.
Então os portugueses sentiram a necessidade de planejar o passo seguinte. Por isso, D. Henrique, filho do então rei de Portugal, D. João I, fundou a Escola de Sagre.
 A Escola de Sagres era um centro de estudos náuticos que reunia geógrafos, astrônomos, matemáticos, construtores,      tradutores      e      cartógrafos      para desenvolver instrumentos de navegação, mapas e estudos sobre ciência náutica, com base em diários de bordo e roteiros de viagem. 
Com apoio de estudiosos e capitães experientes, os portugueses foram avançando pelo Atlântico. Acompanhe no mapa a expansão marítima portuguesa: 
1415 – Ceuta, norte da África;
1419 – Ilhas da Madeira;
1427 – Ilhas do Açores
1434 – Cabo Bojador
1456 – Ilhas do Cabo Verde
1482 – Castelo de São Jorge da Mina;
1488 – Cabo da Boa Esperança (Bartolomeu Dias)
1498 – Calicute na Índia (Vasco da Gama)
1500 – Porto seguro, Brasil (Pedro Álvares Cabral)
1507 – Moçambique
1517 – Macau (China)
1542 – Kyushu (Japão)
 Com a chegada de Vasco da Gama à Índia, os portugueses realizavam seu maio sonho na época: chegar ao Oriente contornando a África. Calcula-se que o lucro obtido co esta expedição permitia montar sessenta outras iguais a ela.

A concorrência espanhola
  Os reis espanhóis Fernando e Izabel também se aplicavam na busca de um novo caminho marítimo para o Oriente. Em 1492, estes reis aprovaram o audacioso plano do navegador genovês Cristovão Colombo.
 O plano de Colombo consistia em buscar o Oriente navegando em direção ao Ocidente, isto é dando a volta ao mundo. 
Colombo saiu do porto de Palos com três caravelas – Santa Maria, Pinta e Niña – e, depois de velejar cerca de dois meses, embalado por fortes ventos favoráveis, teve uma grata surpresa; encontrou um continente “novo” para os europeus: a América.

Era 12 de outubro de 1492. Mas, como pensou ter chegado às Índias, chamou de “índios” os diferentes povos que habitavam essas terras havia milhares de anos.

Descoberta, encontro ou invasão da América?
 Mais de 500 anos depois da chegada de Colombo nas Bahamas, na América Central, uma pergunta continua no ar: 12 de outubro de 1492 foi o dia da descoberta, do encontro ou da invasão da América pelos europeus?
 A notícia sobre essas terras quase causou uma guerra entre Espanha e Portugal, já que ambos queriam ter direitos sobre elas. Depois de discussões prolongadas, esses países acabaram chegando a um acordo, chamado Tratado de Tordesilhas.

Cabral toma posse das terras brasileiras - Preocupado com a concorrência, o rei português, D. Manuel, decidiu enviar uma expedição às Índias, a fim de firma o comércio português com o Oriente. Esta esquadra comandada pelo nobre Pedro Álvares Cabral, Partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Era formada de 13 navios (dez naus e três caravelas) e cerca de 1500 homens, incluindo cartógrafos, padres, soldados, escrivão e navegadores experientes, como Bartolomeu Dias, o primeiro europeu a contorna a África. 
Depois de 43 dias no mar, os tripulantes avistaram pássaros e algas marinhas, sinal de que havia terra por perto. Finalmente na tarde do dia seguinte, 22 de abril de 1500, avistaram um monte-azulado de formas arredondadas, ao qual deram o nome de Monte Pascoal, pois era semana de Páscoa.
 Os portugueses desembarcaram junto a uma aldeia de índios Tupiniquim, no lugar onde é hoje Porto Seguro, na Bahia. Lá fincaram uma cruz de madeira com as armas do rei de Portugal. Era a forma de os portugueses dizerem que a partir daquela data aquelas terras eram deles.   

Depois de tomar posse, estabelecer contato com os indígenas e ordenar a celebração da primeira missa, Cabral enviou um navio de volta levando a carta de Pero Vaz de Caminha, o escrivão de sua armada. A carta de Caminha é um importante documento histórico. Leia a seguir um trecho que fala da nossa terra:

Nesta terra, até agora, não pudemos saber se existe ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro. Porém, a terra em si é de bons ares, assim frios e temperados. As águas são muitas e infinitas. A Terra é tão grandiosa que, queremos aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.
Porém, o melhor fruto que podemos tirar dela, me parece, será salvar esta gente, tornando-a cristã.
E, desta maneira, aqui conto a Vossa Alteza o que vi nesta Vossa Terra.

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