1)
(UNAMA2007) O produto final do seringueiro, o látex defumado, deveria
ser encaminhado ao “patrão” que em troca deveria lhe pagar. Como o
seringueiro já vinha devendo desde o Nordeste, o saldo dessas dívidas
era difícil. Mas se por um lado o “patrão” exercia seu poder sobre o
seringueiro, não raro o prendendo por dívidas, o próprio patrão, nessa
chamada “cadeia do aviamento” também estava sujeito aos negociantes
estrangeiros a quem exportava o látex coletado.
LACERDA, Franciane. A vida e o trabalho nos seringais.
In FONTES, Edilza. Contando a História do Pará. V.I. Belém. E-Motion. 2002.
Milhões
de brasileiros assistiram, pela TV Globo, à mini -série Amazônia: de
Galvez a Chico Mendes, que mostrou, em vários de seus capítulos , cenas
em que se evidenciavam as relações sociais de conflito, presentes no
espaço dos seringais, entre seringueiros e seringalistas, a dependência
dos primeiros à casa exportadora e esta à exportação do látex para o
exterior.
A
partir da leitura dos textos acima e dos estudos históricos sobre essa
temática podemos afirmar que as relações de trabalho, construídas no
espaço dos seringais, se caracterizavam por um (a):
a)
cadeia de dependências, envolvendo o seringueiro, o seringalista e a
casa aviadora que, em última instância, se subordinava ao capital
estrangeiro.
b)
sistema de exploração da mão-de-obra dos seringueiros pelos
seringalistas, visto que estes últimos eram os que maior lucro tinham
com a exportação do látex.
c)
sistema em que o seringueiro se tornava escravo do dono do seringal
quando não conseguia pagar suas dívidas, semelhante ao que ocorria na
Grécia Antiga.
d)
sistema de trabalho assalariado em que os seringueiros, na sua maioria
vindos do Nordeste, conseguiam juntar dinheiro e comprar seus próprios
seringais.
e) dependência do seringalista em relação ao seringueiro, que tinha neste último a única mão-de-obra possível nos seringais.
2) (UNAMA/2008) Em 1874 não passava
de um matagal, anos depois com a morte da proprietária as
terras passaram a pertencer à Câmara Municipal de Belém do Pará. Dentro
do seu plano de “Jardins sem grades” o intendente inaugura uma das mais
belas praças de Belém e homenageia um dos personagens do movimento
Cabano.
(Texto adaptado da http://pt. Wikipedia.org/wiki/Pra%C3%A7a_Batista_Campos, em 22/04/2008)
O contexto histórico em que ocorre o surgimento de praças, como a citada acima é:
a)
o da Belle Époque paraense em que o discurso de modernidade,
higienização e embelezamento fazem parte do projeto político de Antônio
Lemos.
b) o do período da borracha, mais precisamente se situa na ação de urbanização do governo de Lauro Sodré.
c)
contemporâneo ao movimento cabano, fazendo parte das estratégias de
ocupação da cidade de Belém por parte do governo regencial.
d)
o do governo de Mendonça Furtado, no período em que Pombal é ministro
de Portugal e desenvolve uma ação urbanística através do arquiteto
italiano Antônio Landi.
3)
(UFAC/2006) Assinale a alternativa que representa os elementos que
foram indispensáveis à produção de borracha em larga escala, durante o
primeiro surto da borracha na Amazônia/Acre:
a) Reforma agrária; inovação técnica no corte da seringueira; e abertura de ferrovias.
b)
Uma larga oferta de capitais; a incorporação de novas áreas produtoras
às já existentes; e um acréscimo de mão-de-obra ao processo produtivo.
c) Plantio racional de seringueiras; abertura de ferrovias; e melhor qualificação da mão-de-obra.
d) Uma larga oferta de capitais; plantio racional de seringueiras; e abertura de rodovias.
e) Inovação técnica no corte da seringueira; abertura de rodovias; e seringais de cultivo.
4) (UFAC/2006) Sobre o Sistema de Aviamento utilizado na Amazônia/Acre, a assertiva correta é:
a) tratava-se de uma técnica bastante avançada de se cortarem as árvores seringueiras.
b) era uma espécie de empréstimo feito apenas por bancos brasileiros.
c) constituía-se no modo pelo qual os seringueiros organizavam suas estradas de seringa.
d)
consistia no fornecimento de mercadorias das casas aviadoras para os
seringalistas e destes para as colocações dos seringueiros, sendo o
pagamento feito com borracha.
e) era o documento necessário para quem recebia um seringal para administrar.
5)
(UFAC/2008) O Sistema de Aviamento se constituiu no final do século XIX
e início do XX, como uma forma complexa, mas funcional, de organização
da produção e comercialização de borracha na Amazônia brasileira. Para a
eficácia de seu funcionamento contribuíram as articulações realizadas
entre as seguintes estruturas e sujeitos sociais:
- I. As chamadas Casas Aviadoras não tiveram nenhuma vinculação com as Casas Exportadoras.
- II. O seringueiro, como produtor direto da borracha, vendia sua produção de borracha diretamente às chamadas Casas Aviadoras.
- III. As chamadas Casas Exportadoras participaram do financiamento e exportação da borracha.
- IV. Os proprietários dos seringais da região acreana venderam a sua produção de borracha diretamente às Casas Exportadoras.
- V. Na produção e comercialização da borracha quem menos lucrou foi os seringalistas.
Considerando o que está acima evidenciado marque a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão erradas
b) Apenas as afirmativas IV e V estão erradas
c) Apenas a afirmativa III está correta
d) Somente as afirmativas I e III estão corretas
e) Apenas a afirmativa II está errada
6)
(UFAC/2011) “O pai era bom seringueiro. Trabalhava três estradas da
‘colocação’, alternadamente, na época do fabrico. Iniciava o corte às
duas horas da madrugada e o fechava cerca de meio-dia. Na embocadura do
varadouro, comia a minguada refeição que trouxera da barraca, uma farofa
de banha misturada com uma fita de balata. Já quase noite voltava à
barraca e ia direto ao defumador, para não correr o risco de ver, com
qualquer demora, o látex transformado em sernambi. A borracha colhida,
entretanto, nunca dava para pagar o débito do Barracão, para comprar
nada além da banha, do tabaco, do feijão, do arroz, do querosene, do
sabão, do açúcar e do sal.”
FERRANTE, Miguel J. O seringal. São Paulo: Clube do Livro, 1973, p.24-5.
Ao ler e examinar o trecho da obra O seringal, de Miguel de Ferrante, pode-se assegurar que:
a) Há apresentação do seringueiro e de seu modo de vida nos seringais acreanos, inseridos no sistema de aviamento.
b)
A distribuição de território para o trabalho dos seringueiros dentro
dos seringais, no início do século XX, era marcada pelo espaço da
colocação composta pelo Barracão.
c) Trata-se de referência literária que narra eventos relativos aos conflitos decorrentes da “pecuarização” do Acre.
d)
Trata da exploração da borracha, de acordo com os termos dos Acordos de
Washington, assinados entre o Bolivian Syndicate e o Estado
Independente do Acre.
e)
Foram expostos os modos de vida dos seringalistas e seringueiros,
segundo as proposições do Conselho Nacional do Seringueiro (CNS), para
as relações de trabalho nos seringais amazônicos.
7) Sobre o fracasso da exploração da seringueira (produção da borracha) na Amazônia, é correto afirmar que uma de suas principais causas foi:
a) a falta de mão-de-obra especializada na região, suprida pela migração nordestina que, no entanto, mostrou-se insuficiente.
b)
a concorrência com a borracha produzida nas colônias britânicas do
Sudeste asiático, cujo preço no mercado internacional era inferior.
c) a inadequação dessa atividade ao clima tropical úmido, que dificultava o transporte e o armazenamento do látex.
d) a crise econômica decorrente da Primeira Guerra Mundial, que paralisou as exportações brasileiras e a produção da borracha.
e) o subsídio governamental à produção de algodão e cacau no Nordeste, que tornou esses produtos mais lucrativos.
8)
O presidente boliviano Evo Morales relembrou recentemente o conflito
entre Brasil e Bolívia pelo Acre, na passagem do século XIX para o XX. A
disputa pelo Acre envolveu:
a)
interesses ligados à exploração do látex, que provocaram, na segunda
metade do século XIX, grande migração de brasileiros para a região;
b)
mediação de potências estrangeiras, que tentaram aproveitar a disputa
entre os países sul-americanos para obter o gás boliviano a baixo
preço;
c)
conflito armado entre os dois estados e suas respectivas populações,
que se estendeu por duas décadas e provocou a dizimação da população
acreana;
d) longo processo de negociação, que culminou comum acordo por meio do qual o Brasil arrendava o Acre pelo prazo de cem anos;
e)
compromissos de ambos os estados na desmilitarização da região e na
partilha igual dos lucros obtidos na exploração agrícola e
extrativista.
9. (Puccamp 2004) A marcha do povoamento
(Adaptado de José William Vesentini. "Geografia: série Brasil". São Paulo: Ática, 2003. p. 181)
A área hachurada no mapa foi incorporada ao território brasileiro em 1903. Pode-se associar a essa incorporação o fato de que
a)
as expedições dos bandeirantes, à procura de riquezas minerais,
promoveram a ocupação da província boliviana e garantiram a posse do
território pelo 'uti possidetis'.
b)
era uma província boliviana habitada por nordestinos que para lá
migraram devido à seca, à modernização da lavoura no Nordeste e ao surto
da produção da borracha.
c)
era interesse do Brasil estender seus domínios até essa estratégica
área, pertencente à Bolívia, para controlar o mercado de couro, de sebo e
de especiarias da região.
d)
a expansão da pecuária no Nordeste e a coleta das drogas do sertão na
Amazônia determinaram a ocupação de territórios bolivianos pelos
sertanejos nordestinos.
e)
a descoberta do ouro em locais vizinhos a essa área pertencente à
Bolívia deu origem a um deslocamento maciço de habitantes de vários
lugares do Brasil para a região.
10)
(PSC/2003) A borracha brasileira propiciou o desenvolvimento industrial
de vários países, mas na Amazônia foi responsável apenas por um pequeno
período faustoso, no qual, segundo se diz, “uma minoria chegou a
acender charuto com dinheiro”. Dentre as alternativas, a que melhor
caracteriza este pequeno período, do ponto de vista econômico, foi:
a) A criação de indústrias de base produzindo equipamentos que diminuíram a atividade predatória e aumentaram a produtividade.
b) A valorização da terra e a corrida aos cartórios para assegurar a posse dos coronéis de barranco.
c) O aumento do poder aquisitivo dos seringueiros proveniente da prática do aviamento.
d) A diversificação da economia geradora do crescimento autossustentado.
e) A introdução da navegação a vapor e o investimento na compra destas embarcações pelo capital nacional.
11)
(PSC/2004) Euclides da Cunha ficou impressionado com o regime
espoliativo do aviamento e escreveu: “(...) o homem, ao penetrar as duas
portas que o levam ao paraíso diabólico dos seringais, abdica às
melhores qualidades nativas e fulmina-se a si próprio (...) trabalha
para escravizar-se”.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História, I Parte, “Na Amazônia, Terra sem História”.)
A
despeito da impiedade do sistema de aviamento, ele sustentou a
estrutura social na Amazônia. Dentre outros motivos, esta sustentação
deveu-se:
a) À distribuição de renda equitativa nos centros urbanos.
b) Ao peso da tradição secular do escambo.
c) À monetização da sociedade assentada no mercado capitalista.
d) À atrofia do setor terciário.
e) Ao estímulo da industrialização.
12) (PSC/2005) A produção de borracha na Amazônia:
a) Favoreceu a ascensão social do seringueiro.
b) Propiciou o aparecimento do regatão.
c) Instituiu o barracão como unidade produtiva.
d) Incentivou o acúmulo de capital e do mercado interno.
e) Consolidou o sistema de aviamento.
13)
(PSC/2005) “Enquanto restrito à crítica de grupos econômicos
localizados (...) a greve dos estivadores poderia ser tolerada e até
mesmo incentivada por certos setores da sociedade (...) [mas] o vigor
com que entabulavam suas reivindicações e a capacidade de articulação
interna demonstrada pelos trabalhadores, ensejava receios de uma
ampliação desmedida do movimento paredista que, suscitando apoios e
solidariedades de outras categorias e mostrando-se um caminho
alternativo dos trabalhadores para a conquista de melhorias efetivas,
poderia por em xeque a própria estrutura social”.
(PINHEIRO, Maria Luiza U. A cidade sobre os ombros: trabalho e conflito no Porto de Manaus -1889-1925. pp.163/4)
A
autora se refere à greve dos estivadores de Manaus, deflagrada em 1889.
A relação entre a situação descrita no texto e fatos ocorridos na
época, é expressa corretamente por:
a)
A mecanização dos portos e a queda vertiginosa no crescimento da
indústria de pneumáticos reduziram a necessidade dos estivadores, que
foram dispensados e reivindicaram suas recontratações.
b)
Os estivadores articulavam-se para combater a concorrência de
mão-de-obra com os migrantes nordestinos que, ao chegarem a Manaus, em
vez de seguirem para os seringais, empregavam-se nos serviços de
estiva.
c)
A principal reivindicação dos grevistas era o reajuste do pagamento de
suas diárias, depreciadas pelo aumento da jornada de trabalho, não sendo
portanto suficientes para acompanhar a alta do custo de vida.
d)
A Associação Comercial do Amazonas deu apoio incondicional aos
estivadores temendo que uma greve prolongada pusesse seus negócios em
risco.
e)
Atos de repressão violenta levaram à greve geral e à radicalização do
movimento dos estivadores que receberam o apoio do Sindicato dos
Carroceiros e da Federação Marítima.
14) (PSC/2006) A recente historiografia sobre o desenvolvimento urbano de Manaus tem asseverado que:
a)
A importante modernização da cidade iniciada em fins do século XIX
gerou também diversos conflitos e problemas sociais em decorrência de
medidas segregadoras subjacentes aos projetos urbanísticos e de
saneamento;
b)
O desenvolvimento urbano foi fruto da iniciativa pioneira de Eduardo
Gonçalves Ribeiro, responsável pela aplicação do projeto urbanístico e
pelas edificações mais suntuosas da cidade;
c)
A riqueza gerada pela exploração da borracha ao mesmo tempo em que
favoreceu o desenvolvimento urbano de Manaus e seu embelezamento,
impediu o surgimento de contradições sociais, pela maior oferta de
empregos e pela adoção de melhores salários;
d)
Por força da forte presença de ingleses e franceses, a população da
cidade incorporou hábitos europeizados, abandonando os costumes, valores
e práticas regionais.
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