A obra segue a trajetória da produção do cacau na Amazônia, destacando como a Companhia do Grão Pará teve um papel essencial para o desenvolvimento desta atividade comercial. O autor nos informa dos primeiros contatos do colonizador europeu com o cacaueiro e sua principal forma de utilização e beneficiamento, o chocolate, na América Central e em alguns países da América Latina, apontando como o cacau foi um elemento bastante significativo para o crescimento econômico da Amazônia Portuguesa. Após a descoberta da Mesoamérica, o cacau passa a ser comercializado em larga escala, principalmente na forma de bebida, além de suas sementes serem utilizadas como moedas em transações comerciais. Fala-nos ainda da negligência para com a área até o século XVII e das origens da exploração do cacau no local, além das utilidades dadas ao chocolate pelos europeus, como a prevenção de doenças, propriedades fortificadoras e energéticas e outras. Apesar dos estímulos governamentais à produção, o cacau silvestre imperava sobre o cultivado até o início do século XIX, principalmente pelas despesas e problemas com a mão-de-obra, visto ser o trabalho indígena, ainda predominante, relativamente escasso e inseguro, seja pelo risco de deserção ou hostilidade. Além disso, a precariedade do serviço marítimo era um fator dificultador, uma vez que tornava difícil o acesso a novos mercados consumidores, visto Portugal não ter adquirido inicialmente o hábito de consumir chocolate.
Não obstante, a partir de 1725 tem início a alta do cacau amazônico, e já em 1730 viria a ser o principal produto exportado pela região. É por volta deste período que surgem com mais força as rivalidades entre colonos e missionários. O então governador, além de resolver o conflito com a expulsão final dos jesuítas, também tenta solucionar os problemas antigos da produção de cacau (mão-de-obra e transporte), com a criação da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. a Companhia não parece ter contribuído tão significativamente para o crescimento da produção do cacau, relacionado mais à diminuição das exportações venezuelanas do que a méritos propriamente seus, uma vez que o transporte marítimo permanecia insuficiente e a qualidade do produto amazônico ser inferior, visto o cacau manso nunca ter superado o cacau bravo. Mesmo assim, o cacau parece ter sido responsável pela “colonização da Amazônia”, principalmente a partir de Belém, onde encontrava-se o principal porto da região. Esta colonização e possível crescimento, porém, não significam necessariamente que a produção sempre rendeu bons frutos do ponto de vista social.
Fonte: pt.shvoong.com
Compre o livro
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Em breve, resposta.