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terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Segundo Governo Vargas 1951-1954


Vargas voltaria ao poder eleito pelo voto popular em 1951, ficando no poder por mais três anos. Ele retomou a política de desenvolvimento autônomo nacionalista e com amplas concessões às classes populares. Com isso, acabou gerando uma forte oposição ao seu projeto de governo, dentro e fora do país. O desfecho dessa história foi a sua trágica saída do poder em agosto de 1954. 

A volta de Vargas ao poder 
Vargas, que estava em exílio político em sua cidade Natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, lançou-se candidato a presidente da República em 1951 pelo PTB. Mesmo sem o apoio do PSD, venceu as eleições. 

O projeto nacionalista
Vargas cria um amplo projeto de desenvolvimento de caráter fortemente nacionalista, que priorizaria o fortalecimento do capital nacional, confrontando-se por isso com os interesses imperialistas internacionais, e, sobretudo, com os norte-americanos. Nessa política, sua principal medida foi a nacionalização do petróleo, com a criação da Petrobrás, em 1953. O governo Vargas passou também a adotar uma política externa mais independente, o que acarretou em retaliações do presidente norte-americano, Eisenhower. Este rompeu unilateralmente o acordo de desenvolvimento entre Brasil e Estados Unidos concedendo somente 180 milhões de dólares dos cerca de quase 400 milhões acordados anteriormente. 

Voltando para o movimento trabalhista, Vargas pretendia reforçar a aliança populista com os trabalhadores, buscando com isso, reaver o apoio popular para garantir o cumprimento do seu programa econômico. No início de 1953, nomeou para ministro do Trabalho político gaúcho João Goulart, que reorganizou os sindicatos, buscando novamente a aproximação destes com o governo e chegou a criar um projeto de aumento de 100% do salário mínimo, não aceito pelo Congresso. 

Foi criado nessa época o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), que depois foi acrescido de um 's' de Social e passou a se chamar BNDES. Este banco passou a ser, a partir de então, um dos principais mecanismos de investimento e desenvolvimento brasileiros, principalmente para o capital nacional. Para a sua atuação, utiliza recursos da União e de impostos trabalhistas para emprestar financiamento para projetos de investimento nas áreas de desenvolvimento econômico e social. 

O ápice do projeto nacionalista de Vargas foi a criação da Petrobrás em 1953. Esta empresa estatal passou a ter o monopólio sobre a exploração do petróleo no país, monopólio este que manteve até o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. 

Vargas criou ainda o projeto de uma ampla estatal no setor energético, a Eletrobrás, que seguiria o exemplo da Petrobrás, unificando o sistema de geração e distribuição de energia no país. Este não chegou a ser concluído em seu governo, contudo, o projeto não morreu com Getúlio, a Eletrobrás foi finalmente criada durante o governo da ditadura militar. 

A oposição ao nacionalismo 
Há uma forte oposição ao projeto de Vargas, tanto dentro como fora do país. Essa oposição conservadora esteve, muitas vezes, ligada ao capital internacional. As empresas petrolíferas norte-americanas estavam entre os grupos que mais criavam dificuldades para o governo Vargas. A principal figura dessa oposição no Brasil, era o jornalista (proprietário do jornal Tribuna da Imprensa), político e membro da UDN, Carlos Lacerda, no Rio de Janeiro. Este não hesitou em pregar, através do seu jornal, que o novo governo Vargas traria de volta a ditadura do Estado Novo. 

O suicídio
Em meados do ano de 1954, Carlos Lacerda sofreu um atentado próximo a sua casa no Rio de Janeiro. Neste incidente, morreu um oficial da Aeronáutica que o acompanhava, o major Rubens Vaz. Descobriu-se que o atentado havia sido forjado pelo chefe da segurança pessoal de Vargas. Isso acarretou com o que o Exército e membros da alta cúpula militar se posicionassem contra Getúlio, exigindo a sua renúncia. Além disso, havia ainda denúncias de corrupção envolvendo o governo. O presidente Getúlio Vargas, então, se suicidou na manhã de 24 de agosto de 1954, após ter escrito a sua Carta Testamento, causando um grande alvoroço popular na cidade do Rio de Janeiro. O jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda foi apedrejado pela população revoltosa e o mesmo Lacerda foi obrigado a fugir da cidade temporariamente para escapar da fúria popular. 

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